Projeto Trajetórias abre sábado com exposição e lançamento do livro sobre o artista Marcos Guimarães
Projeto Trajetórias abre sábado com exposição e lançamento do livro sobre o artista Marcos Guimarães
Grande expectativa para o lançamento do Projeto Trajetórias, que em sua primeira edição vai retratar a vida e obra de Marcos Guimarães, um grande artista que viveu em Valinhos. Esta é uma realização do Ocupe.Arte Valinhos através do artista plástico Genivaldo Amorim e do fotógrafo Tomás Cajueiro.
A exposição será aberta oficialmente neste sábado dia 2 de abril às 14 horas e ficará livre para visitação, entre os dias 3 de abril até 1º de maio, de quinta a domingo das 10 às 17 horas na Avenida Independência, 314, no centro, permanecendo fechada apenas das 13h30 às 14h30 para o almoço. Neste mesmo dia será lançado um livro/catálogo, onde vai contar a trajetória de Marcos Guimaraes, seus projetos e obras.
Este livro estará à venda a R$40,00 e poderá ser adquirido na exposição ou de forma online através do site do Ocupe.Arte ou através do email contato@ocupearte.com.br
O que é o Projeto Trajetórias
O grande objetivo do Trajetórias é criar um acervo, uma espécie de enciclopédia das artes valinhenses, através da publicação de diferentes livros, retratando a vida e obra dos artistas que por aqui passaram. No lançamento do projeto de um dos maiores nomes das artes valinhenses, Marcos Guimarães.
O Projeto foi aprovado no Proac-ICMS e conta com apoio das empresas: Supermercados Caetano, Brose da cidade Jarinu e Asten.
Todo Projeto foi pensado e executado junto com o artista, mas quiz o destino, que em 2 de Janeiro de 2022, Marcos Guimarães deixasse o nosso convívio, falecendo repentinamente aos 62 anos, o que faz com o o Projeto Trajetórias se transforme numa grande homenagem à rica história desse artista que tem obras em Valinhos e em várias cidades desse Brasil e também fora a daqui em outros país onde deixou a sua marca de criatividade e beleza.
Os idealizadores do projeto, Tomás Cajueiro e Genivaldo Amorin, convidam a todos para que visitem a exposição e conheçam a vida e obra desse grande artista que não nasceu em Valinhos, mas sempre viveu nesta cidade.
Quem foi Marcos Guimarães
(1959-2022)
Nascido em Campinas SP em 1959, filho de Paulo Afonso Guimarães e Zenilde Lourenzetti Guimarães, viveu toda sua infância em Valinhos, município vizinho a Campinas, em contato com a terra e a natureza, onde tradicionalmente a família ainda hoje exerce atividades relacionadas à fruticultura. Apesar de iniciar na pintura a óleo aos 15 anos, e seguro de que este seria seu verdadeiro rumo, aos 18 anos ingressa na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde se forma em Economia.
Apesar da aparente disparidade entre as duas áreas, a formação em Economia lhe proporcionou um amadurecimento social, filosófico e humanístico, que por sua vez ajudou a alicerçar a natureza da sua produção artística. Antes de se formar em Economia, Guimarães pensou em seguir a carreira como engenheiro naval, uma paixão da juventude plasmada em muitos desenhos e pinturas de navios de guerra feitas nos primeiros anos de arte, ou arquitetura outra área em que tinha interesse. Todas essas pretensas profissões acabaram permanecendo de uma ou outra forma na sua produção artística, sendo possível perceber elementos matemáticos, de arquitetura e engenharia em grande parte da sua obra.
Nos primeiros anos recebeu orientação informal do pintor Aldo Cardarelli, importante artista e professor de pintura de Campinas. Em 1981 se casa com Giséle Contin Comisso Queiroz Guimarães, que mais tarde se formaria em fisioterapia e com quem teve quatro filhos: Daniela, Rafael, Júlia e Beatriz. Tendo recebido o Prêmio Pirelli Jovem Pintor, participou em 1982 de uma exposição no MASP (Museu de Arte de São Paulo), sendo esse um período em que participa intensamente de concursos e salões, conquistando várias premiações.
O desenvolvimento da sua técnica de pintura acabou por levá-lo a um impasse, estava conseguindo pintar boas obras, mas sobre telas ruins, que com o tempo arruinaria o trabalho. Ansioso por um maior conhecimento técnico, parte para Firenze na Itália no início da década de 90, onde, além de cursar a escola de desenho e pintura do Palácio Spinelli, também estudou com o Prof. Leonardo Passeri, restaurador oficial do Estado Italiano, sobre preparação de telas e suportes, principalmente da época renascentista.
Após um período de intenso aprendizado, e da aplicação das técnicas aprendidas na Itália na criação de novas obras, reingressa ao circuito artístico com a exposição “5 Jovens Artistas” no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) em 1993. Nos anos seguintes participa de diversas exposições no Brasil, Cuba e México, a maioria ligadas ao projeto “Arte do Momento”, encabeçado pelos artistas Paco di Ribes, Kenichi Kaneko e por Mário Farci, à época Diretor de Cultura de Valinhos. Aproveitando o tempo em Cuba, cursa calcografia e litografia em Havana.
Em 1996 é convidado para criar uma obra comemorativa ao Centenário da cidade de Valinhos. Pinta um grande painel com 8 metros de comprimento que se encontra instalado no saguão superior do Paço Municipal. Em 1997 viaja ao México onde participa do Simpósio Internacional de Escultura em Aço Inoxidável, na Cidade do México, criando sua primeira escultura monumental. Em seguida viaja ao Canadá onde participa de uma exposição na cidade de Gramby e cria uma escultura em Montreal. De volta ao Brasil viaja para a Bahia, onde permanece por quase seis meses na cidade de Lençóis explorando e estudando as paisagens da Chapada Diamantina. Retornou a Valinhos em janeiro de 1998, um mês antes do nascimento da sua filha mais nova. Participa de exposição e simpósio de esculturas em São Caetano do Sul e em Ecatepec no México e no ano seguinte realiza projetos cenográficos em Firenze e Arezzo, na Itália.
Em 2001 realiza exposição no 13° Congresso Internacional de Espeleologia, em Brasília e em 2004 inaugura o atelier de fundição em bronze “Metafabrica” em Valinhos, onde passa a fundir suas próprias esculturas e de outros artistas. Em 2006 ficou entre os finalistas no Concurso Memorial Cultural Carlos Gomes, realizado em Campinas, para a criação de três monumentos em homenagem ao compositor campineiro. Nos anos seguintes realiza diversos monumentos em cidades brasileiras, como o Monumento em Comemoração ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil em Tapiraí SP, Monumento em homenagem ao compositor “Adoniran Barbosa”, em Valinhos SP, Monumento aos “Taperás” e a “Zumbi de Palmares”, em Salto SP e no Encontro de Escultores em Mármore na cidade de Balneário de Camboriú, em Santa Catarina.
Em 2011 organizou o 1º Simpósio de Escultura Monumental, em Valinhos. No mesmo ano participou do Simpósio Internacional de Escultura Monumental em Aço Inox, em Tultepec, no México. Nos dois anos seguintes realizou outros cinco monumentos, dois em Corzuela, na Argentina, dois em Tultepec, no México e um em Toluca, também no México. Sua última escultura monumental foi realizada no Pico Malwee, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, em setembro de 2021. Marcos Guimarães faleceu na madrugada do segundo dia de 2022 por problemas de saúde aos 62 anos, deixando um imenso legado humano e artístico e uma legião de admiradores da sua obra que conseguia ser monumental mesmo na forma de um simples rascunho em um pedaço de papel.
Foto Marcos Guimarães ( Renato Brunello)
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