Em meio a tantas atribulações em que vive o país, um dado chama atenção: as perdas salariais históricas dos aposentados e pensionistas, que acumularam desde o Plano real, 84,52% no período de setembro de 1994 até janeiro de 2018.
O Presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Valinhos, há tempos vem apontando essa questão, que agora através de um estudo da COBAP- Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas está sendo apresentado.
Para chegar a este índice, a confederação utilizou os reajustes anuais do salário mínimo e a correção dos salários de aposentados e pensionistas que ganham acima do piso, reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Ovídio Vacari presidente da AAPV vem acompanhando a luta da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas na busca dos direitos. “Quem pagou sobre o teto, ou seja, 10 salários mínimos, em breve estarão recebendo apenas um, se continuar nesta progressão, destaca Vacari.
Neste ano, aposentadorias e pensões acima do salário mínimo foram reajustadas em 1º de janeiro de 2018 em 2,07%, enquanto o mínimo teve aumento de 1,95%. Porém, esse comportamento não é comum. “Historicamente, o salário mínimo tem reajustes anual maiores do que aposentados e pensionistas que ganham acima do piso nacional, atualmente em R$ 954.”
Ainda de acordo com o estudo da Cobap, as perdas dos aposentados foram maiores durante os mandatos do presidente Lula, com acumulado de 42,61%. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, as perdas foram menores, totalizando 26,60%. Já no governo Dilma, a diferença entre os reajustes foi a menor já registrada. Em comparação ao mínimo, os aposentados e pensionistas perderam 15,67%.