FEAV relembra história de antigos proprietários do casarão no Bom Retiro

Desde que a FEAV – Fórum das Entidades Assistenciais e Valinhos anunciou que a casa onde funcionou a creche Tia Nair, foi doada pela FEAC – Federação das Entidades Assistenciais de Campinas, Eliane Macari queria saber mais sobre a história da propriedade que inclui um belo casarão.
No dia 19, terça-feira, o ex-prefeito Luiz Bissoto, contou alguns detalhes da propriedade que pertenceu à família. Ele acredita que a casa foi construída na década de 20 aproximadamente, pelo avô Luiz Bissoto e avó Elisa, que residiram no local com seus filhos: Vitório, Vicente, Valério, Antônio, Raimundo, as irmãs Maria e Angelina.
O sítio englobava uma área grande e fazia divisa com a propriedade da família Tordin e Trombeta, não tinha energia e nem água encanada, banheiro também era bem rudimentar e para o banho existia um reservatório grande, onde as pessoas se banhavam. Para gerar energia existia uma roda d ‘água, que era acionada pela Ana Bissoto, filha de Vitório Bissoto, que fazia isso toda tarde.
Luiz Bissoto conta que era menino tinha por volta de oito anos, quando frequentava a casa dos avós, no sítio teve a plantação de figo e uva e antes disso devia ter plantação de café porque no local existiam os terreiros onde secavam os grãos. Ele também lembrou do Moinho de Vento que somente a vó Elisa movimentava. “Ela recebia dos vizinhos sacos de milho e transformava em fubá, trabalho feito numa grande pedra movida pela água, depois devolvia o fubá para as pessoas, na proporção do que recebia de milho”.
O casarão era grande, os filhos foram deixando o sítio, ficando apenas o Vitório e o Vicente. Tinha cozinha e dois fogões, as mulheres cozinhavam para as famílias, tinha uma capela onde todos os dias, tinha reza.
Não demorou muito e Vitório também saiu do sítio, vindo morar na rua José Milani ao lado da matriz e foi um dos responsáveis pela doação do terreno para construção da igreja e braço direito do Monsenhor Bruno Nardini.
A propriedade foi vendida para José da Silva Gordo, presidente do Banco Comércio e Indústria, COMIND, que criou em Valinhos uma agência na Rua Antônio Carlos.
Na gestão do prefeito Arildo Antunes dos Santos em 1973, uma área foi desapropriada para a construção do núcleo habitacional do Bom Retiro, mas a parte onde estava o casarão tinha um preço alto e não interessou. Foi quando José Carlos Valente da Cunha, filho de Lix da Cunha, adquiriu a área com quatro alqueires, onde estava o casarão, e a família vinha passar os finais de semana e férias. Em 1980, desmembrou uma parte e fez o empreendimento Morada dos Pinheiros. Neste mesmo ano, fez a doação da propriedade para a FEAC – Federação das Entidades Assistenciais de Campinas, onde a sede foi preservada, visando a implantação de projeto social destinado às crianças.
Na terça-feira, 19, as filhas de José Carlos Valente da Cunha: Marisa Braga da Cunha Marri e Marjorie Braga da Cunha juntamente com a amiga Dra. Vera Franceschetti, estiveram visitando a casa e cheias de saudades e emoção, relembraram os tempos da infância, fotografaram o quarto que pertenceu a elas e se deliciaram com cada detalhe da casa.
Marisa disse que ficou feliz em saber o destino da propriedade, porque o pai quando doou para a FEAC, tinha o propósito de que o imóvel fosse utilizado com trabalhos voltados para as crianças.
“Aqui tinha cavalo, muitas frutas. Nós éramos quatro irmãos e curtimos muito este espaço. Nosso desejo de poder, de alguma forma, colaborar com a concretização dos projetos traçados pela entusiasta Eliane Macari, que afinal, está em perfeita consonância com o sonho do meu pai, de que o casarão pudesse servir de instrumento de acolhimento e desenvolvimento das crianças e jovens, para que tenham oportunidade de construírem, com autonomia, um futuro digno, próspero e feliz”, disse Marisa.

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