Superintendente afirma que poder público e comunidade devem valorizar e fortalecer os filantrópicos como a Santa Casa de Valinhos

Colaboradores, médicos e funcionários atenderam ao chamado e compareceram em massa a apresentação dos trabalhos realizados na Santa Casa de Valinhos junto a gestão SUS em 2019, feita pelo superintendente do hospital, Fernando Pozzuto, durante a 35ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Valinhos, nesta terça-feira, dia 12 de novembro.
Pozzuto, que há 40 anos trabalha na Santa Casa, começou sua apresentação sendo enfático e mostrando porque hoje ocupa o cargo de superintendente, ou seja, aquele que é capaz de superintender, administrar e coordenar. “Aqui hoje temos uma missão. Somos um time e nossas ações formam um conjunto e nossa missão é fortalecer os filantrópicos como a Santa Casa e não desvalorizá-los”, disse.
A fala do superintendente se referia às recentes fake news que circularam através das redes sociais ou comentários levianos dando conta de que o hospital estaria recebendo duas vezes pelo mesmo serviço prestado, ou seja, dos planos de saúde e do SUS. A resposta negativa para esse boato foi simples e direta. “ Quando um paciente é atendido pelo SUS na Santa Casa todos os dados do atendimento são enviados para o controle da ANS (Agência Nacional de Saúde). Essa por sua vez faz o cruzamento de dados e algumas vezes verifica que aquele mesmo paciente atendido pelo SUS é portador de um plano de saúde privado. O que faz a ANS então? Cobra do plano esse atendimento, além do que, os sistemas de TI, implantados na Santa Casa não permitem o cadastro ou abertura de duplo cadastro para o mesmo atendimento”, explica Pozzuto.
O superintendente trouxe à tona números importantes muitas vezes desconhecidos da população como o de que 71,85% dos atendimentos realizados pela Santa Casa de Valinhos são feitos através do SUS, dos quais 51,11% correspondem a internações e 12,74% a atendimentos feitos pelo pronto socorro, desmistificando boatos de que o PS da Santa Casa de Valinhos não atende pacientes do SUS em siatuações de urgência e emergência.
Em contrapartida, de todo o montante arrecadado para manter a máquina em funcionamento, o principal faturamento vem do SUS. Em se tratando de números o valor arrecadado mensalmente com o SUS, com dados de 2019, gira em torno de R$ 2 milhões e 465 mil, enquanto o valor dos custos para manter a estrutura para atender o sistema ultrapassam os R$ 2 milhões e 800 mil.
É neste gargalo que Pozzuto acredita que o Município pode investir e ajudar a Santa Casa a sobreviver, pois a manutenção do hospital é muito importante para a continuidade do atendimento pelo SUS que beneficia diretamente a população e mais do que isso, ajudar a se modernizar e se tornar referência em saúde na região como já vem acontecendo. “Estamos em uma região com alta exigência de atendimento que exige estrutura, equipamentos, materiais e profissionais de alto nível e competimos com cerca de 30 hospitais da região e mesmo assim temos nos destacado como um hospital que tem a missão de desenvolver profissionais da saúde através dos convênios com as universidades”, completa, fazendo ainda um comparativo com a cidade de Vinhedo que tem uma população menor e apresentou um orçamento para contratar os serviços da Santa Casa de Vinhedo na ordem de R$ 30 milhões para 2020, enquanto em Valinhos o orçamento para os mesmos serviços foi apresentado pelo gestor municipal e será votado pelos vereadores na Câmara Municipal em novembro de 2019, com um valor de apenas R$ 22 milhões e 500 mil para 2020.
Segundo o superintendente, o Brasil tem um déficit de cerca de 120 mil leitos e a maioria dos municípios não tem como construir hospitais públicos para resolver esse problema, isso porque, de acordo com Pozzuto, “na construção de um novo hospital cada leito custa em média R$ 500 mil, levando-se em conta toda a estrutura necessária que envolve o atendimento até a ocupação desse leito pelo paciente. Em contrapartida, em um hospital filantrópico como a Santa Casa de Valinhos, o valor anual para a manutenção de um leito não chega a 10% disso, ficando em torno de R$ 45 mil”, finaliza.
Por fim, Pozzuto convidou a todos para que participem da sessão da Câmara Municipal quando será votada a LOA (Lei Orçamentária Anual), a lei elaborada pelo Poder Executivo que estabelece as despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano.

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